Ágora

quinta-feira, novembro 09, 2006

Sim à globalização?...e a nossa identidade, então?

Com o advento da globalização, a crescente introdução de produtos e tradições americanas (ex: McDonald’s, Halloween - Dia das Bruxas, etc.), a adesão de Portugal à União Europeia e à moeda única, o Euro, entre outros aspectos, temeu-se pela perda de identidade, dos costumes e tradições portuguesas.
Mas será que perdemos o nosso bilhete de identidade? Será que vivemos numa cultura homogénea? Será que nos olhamos ao espelho e não identificamos traços das nossas gerações anteriores?
Um ponto a realçar é o facto da cultura não ser algo estático, ela evolui ao longo das gerações, isto porque está sob constante influência de aspectos históricos, geográficos e sócias e são estes que marcam o indivíduo. Através da cultura é possível conhecer uma sociedade, as alterações que ocorrem nesta e até mesmo os seus padrões de comportamento e ideais, no entanto “nenhuma cultura é melhor que a outra e, é justamente na originalidade de cada uma, que somos capazes de assistir ao que há de universal entre elas” (Pereira, Lúcia Helena Mendes, Comunicação popular: para além do bem e do mal, pág. 5). A cultura neste aspecto é muito importante para o Homem, principalmente a nível social, é ela que permite a diferenciação entre as civilizações, tendo em conta os seus valores, as suas normas, os seus padrões, etc., contudo permite a união no que diz respeito aos aspectos comuns entre as diferentes culturas. Quando se está inserido numa cultura e esta faz parte de nós, tem-se por hábito considerar a mesma melhor que as outras, porque é transportadora de um significado social no sentido em que tem um pouco de nós e tem características com as quais nos identificamos e dificilmente nos separamos dela.
Apesar da crescente globalização, introduzida pela cultura de massas, “são as práticas do passado que chegam ao presente com as suas diversidades nacionais, regionais e locais, de significados, de referências e de desdobramentos em processos culturais” (Trigueiro, Osvaldo Meira, A espetacularização das culturas populares ou produtos culturais folkmidiáticos, pág. 1), não se deixando abalar pela modernização e pela sociedade de massas.
A cultura popular não se deixa intimidar pela globalização e isto é visível na crescente realização de festas regionais e na reconstituição de tradições há muito perdidas, por exemplo na época das marchas populares é possível verificar o renascer de marchas já extintas e a criação de novas marchas em localidades onde o fenómeno já não era visível, numa tentativa de afirmar a cultura popular existente.
A cultura de massas procura a produção e o consumo em massa da cultura popular, fazendo-a perder todo o simbolismo e os conjuntos de significados associados a esta, embora pareça um confronto desigual entre cultura de massas e cultura popular, esta última continua a lutar pelo seu espaço e a sua liberdade, e um dos pontos que demonstra esta luta é a apropriação das novas tecnologias, por parte da mesma, para divulgar e reinventar os seus produtos. No entanto não se pode falar de uma cultura popular única e homogénea, que se separa de todas as outras culturas, pelo contrário a própria formação da cultura popular advém da interligação de diferentes culturas ao longo dos tempos e esta interligação varia de país para país. Em cada país é possível distinguir a sua cultura popular, devido ás suas características particulares, mas também é notável o ajuste entre a mesma e as várias culturas que a circundam. A cultura de massas ao contrário da cultura popular não consegue interligar-se com outras culturas, tem tendência a dominá-las e a incutir-lhes o seu sentido mercantilista, isto quando não as extingue.

quarta-feira, outubro 25, 2006

quarta-feira, setembro 27, 2006

Bem-Vindos!
Aqui está mais um blog pessoal de entre a mais variada panóplia de blogs pessoais existentes.
Agora que a moda dos blogs pegou ele é blog pra tudo e mais alguma coisa, só lamento que muitos deles (ou basicamente a maioria) não têm interesse nenhum, não possuem a miníma credibilidade e informação nem vê-la.
Ele é blog de fotografias, vídeos ,pensamentos (que muitas das vezes não passam de lamentos amorosos ou existenciais - boring), etc., e até dos Morangos com Açúcar (onde isto já chegou), enfim, conforme a vontade do freguês.
Felizmente que existem blogs (com temas desde a comunicação social à saúde, etc.) que garantem a preservação e o desenvolvimento mental da sociedade cibernauta e não induzem a síntomas de atrofio cerebral; basta fazer uma boa pesquisa tendo em conta critérios rigorosos de selecção. A esses dou as minhas felicitações por fazerem o melhor uso deste novo meio de comunicação.
Acho que já deu pra perceber que não sou grande amante dos blogs, pois é, apesar de ser aluna do curso de Ciências da Comunicação ainda não aderi à moda dos blogs, compreendo-o enquanto meio de comunicação e as suas utilidades mas não é um meio que me atraia (por enquanto).
Por motivos de força maior, aos quais não pude resistir (trabalho para uma disciplia do curso) tive que criar um blog, e aqui está ele.
Não sei o seu tempo de sobrevivência mas enquanto ele aqui estiver vou tentar geri-lo minimamente, os temas aqui expostos serão dos mais variados (dentro da área da comunicação) e estão todos abertos a discussão (por isso vou tentar pôr algo que permita este feito).
Até uma próxima (seja ela quando for).